Um Compromisso que Não Pode Ser Terceirizado
Por Rodrigo dos Anjos, CTO da Zenith
Quando o dado é sensível, o cuidado precisa ser redobrado
No universo da saúde corporativa — e especialmente da saúde mental — lidamos com informações que exigem um nível extremo de confidencialidade. Não é só prontuário: são históricos emocionais, avaliações psicológicas, diagnósticos e registros terapêuticos.
A exposição indevida desse conteúdo produz efeitos duradouros: perda de confiança, estigmatização e, em casos extremos, consequências profissionais para quem confiou em um sistema que deveria protegê-lo.
Segurança da informação não é diferencial — é fundamento
Com a digitalização acelerada dos programas de saúde ocupacional na América Latina, segurança da informação deixou de ser tema apenas técnico. Ela sustenta a legitimidade do serviço.
A ISO/IEC 27001 oferece um modelo testado e auditável para isso: governança, gestão de riscos, responsabilidades claras, controles e resposta a incidentes — além do ciclo de melhoria contínua. Em saúde mental, onde o dado é íntimo por definição, essa maturidade precisa existir de ponta a ponta.
Confiança não se reconstrói com atualizações de software
Em programas corporativos de apoio psicológico, o fator crítico é a confiança. Quem busca ajuda expõe vulnerabilidades. Se surgir dúvida sobre sigilo — ou pior, sinal de exposição — a reação é imediata: retração, desconfiança e abandono do programa. Em muitos casos, danos reais à saúde da pessoa.
A responsabilidade é técnica — e também ética
Na Zenith, atuamos com saúde mental corporativa em diferentes países da região LATAM. A adesão à ISO 27001 foi uma decisão estratégica, mas antes de tudo ética.
Como CTO, entendo que essa responsabilidade não se terceiriza. Cabe à liderança técnica garantir que sistemas não apenas performem — protejam. E protejam sempre, independentemente do volume, da urgência ou do estágio de crescimento da operação.
Inovação só faz sentido quando caminha junto da responsabilidade. Em saúde mental, essa responsabilidade começa pela forma como tratamos os dados de quem confia em nós.